Mulheres e bicicleta: análise da aplicação da estratégia de transversalidade de gênero na política pública de mobilidade urbana por bicicleta de Belo Horizonte

Data da publicação
2020
Coordenador(es)
Colaborador(es)
Organizador(es)
Evento
Entrevistador(a)
Entrevistado(a)
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Uma das principais marcas das cidades brasileiras, incluindo Belo Horizonte, são as altas taxas de motorização. É nítido que o automóvel ganhou muito espaço nas ruas e no planejamento urbano. Porém, estudos comprovam que esta utilização exagerada dos transportes motorizados tem gerado diferentes malefícios para população, como grandes congestionamentos, maiores gastos públicos e poluição. Dessa forma, tem-se buscado cada vez mais ferramentas possíveis de reverter esse quadro e deixar as cidades mais sustentáveis, proporcionando maior qualidade de vida para seus habitantes, o que Belo Horizonte também tem feito, criando inclusive um Plano de Mobilidade por bicicletas (PlanBici). No período de isolamento social que se está vivendo no ano de 2020, por conta da Covid-19, têm surgido diversos estudos que apontam a importância da bicicleta para a mobilidade urbana, como uma alternativa sustentável e que garante certo distanciamento social e a mobilidade da população. Ainda, além de ser sustentável, a bicicleta representa uma forma de apropriação do espaço público. Todavia, quando se analisa os padrões de uso por gênero das bicicletas, nas grandes cidades brasileiras, as mulheres representam em média 8% do total dos ciclistas, demonstrando, assim, a presença de uma enorme desigualdade de gênero. Além dessa diferença, tem-se que as mulheres estão mais comumente inseridas em trabalhos de pior renda que os homens, são muito ligadas ao espaço doméstico (enquanto os homens são ligados ao espaço público e mais comumente são os planejadores urbanos), de modo que a desigualdade de gênero é um fenômeno multicausal e que, para que ocorre uma ruptura real da desigualdade, demanda-se politicas que considerem a desigualdade de gênero de forma transversal. Nesse sentido, se o Estado pretende apoiar o uso desse veículo não motorizado, é importante que ele identifique a existência de desigualdade de gênero, e atue transversalmente para que suas políticas não excluam as mulheres da construção de um projeto de sustentabilidade. A partir disso, o objetivo deste presente trabalho é analisar a aplicação da estratégia da transversalidade de gênero nas políticas de mobilidade por bicicleta em Belo Horizonte. Estratégia que condiz, por parte do poder público, a consideração da igualdade de gênero em todas as suas políticas, de forma transversal e conjunta. Os principais resultados apontam que a questão de gênero não é considerada pela política de mobilidade urbana por bicicleta em Belo Horizonte e que há a demanda, por parte de ativistas de diferentes coletivos de mobilidade urbana por bicicleta de Belo Horizonte de que isso ocorra.

Abstract
One of the main brands of Brazilian cities, including Belo Horizonte, is the high rates of motorization. It is clear that the car has gained a lot of space on the streets and in urban planning. However, studies show that this excessive use of motorized transport has generated different harms for the population, such as major congestion, higher public spending and pollution. Thus, more and more possible tools have been sought to revert this situation and make cities more sustainable, providing greater quality of life for their inhabitants, which. Belo Horizonte has also done so, including creating a Mobility Plan for bicycles (PlanBici). In the period of social isolation in 2020, due to Covid-19, several studies have emerged that point out the importance of the bicycle for urban mobility, as a sustainable alternative and that guarantees a certain social distance and mobility of people. population. In addition to being sustainable, the bicycle represents a form of appropriation of public space. However, when analyzing the patterns of use by gender of bicycles, in large Brazilian cities, women represent on average 8% of the total number of cyclists, thus demonstrating the presence of enormous gender inequality. In addition to this difference, it is clear that women are more commonly involved in jobs with a lower income than men, they are closely linked to the domestic space (while men are linked to the public space and are more commonly urban planners), so that gender inequality is a multi-causal phenomenon and that, in order for a real break in inequality to occur, it demands policies that consider gender inequality across the board. In this sense, if the State intends to support the use of this non-motorized vehicle, it is important that it identifies the existence of gender inequality, and acts transversely so that its policies do not exclude women from building a sustainability project. Based on this, the objective of this work is to analyze the application of the strategy of gender mainstreaming in bicycle mobility policies in Belo Horizonte. Strategy that matches, on the part of the public power, the consideration of gender equality in all its policies, in a transversal and joint way. The main results point out that the gender issue is not considered by the urban mobility policy by bicycle in Belo Horizonte and that there is a demand, by activists from different urban mobility groups in Belo Horizonte, for this to happen.

Palavras-chave
Citação
PASSOS, Isabella Marilac de Lima. Mulheres e bicicleta: análise da aplicação da estratégia de transversalidade de gênero na política pública de mobilidade urbana por bicicleta de Belo Horizonte. 123 f. Monografia (Graduação em Administração Pública) – Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho, Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte, 2020
Relacionado com
Contido em
Creative Commons