Desigualdade de remuneração no setor público: poder, prestígio e discriminação na remuneração das carreiras do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais

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2019
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Resumo
Este trabalho se propõe a investigar a desigualdade de remuneração entre as carreiras do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais. Para isso, foi feita uma análise quantitativa da relação entre a remuneração das carreiras e seus principais determinantes, levantados a partir da revisão teórica, considerando as especificidades do setor público. A hipótese que guia a realização da pesquisa é que as diferenças salariais no setor público refletem não somente atributos geralmente associados ao mérito e à produtividade dos indivíduos, tais como a qualificação e a experiência no trabalho, mas também são influenciadas pelos recursos de poder que as categorias do aparelho burocrático dispõem, pelo prestígio das profissões e pela discriminação social. As variáveis incluídas na análise foram: nível de escolaridade, tempo de serviço, composição por gênero, tamanho das carreiras, grau de acesso ao poder decisório, natureza da atividade desempenhada e vínculo com cursos universitários de maior prestígio social. O efeito líquido de cada variável foi estimado por meio de um modelo de regressão que utilizou o método dos mínimos quadrados ordinários. Todas as variáveis incluídas no modelo se mostraram estatisticamente significantes para explicar as diferenças de remuneração média entre as carreiras. Isso sugere que os modelos clássicos de determinação dos salários baseados somente nos atributos individuais são insuficientes para captar as particularidades do setor público. A análise da estrutura relativa de remuneração no setor público deve considerar suas especificidades em relação ao setor privado, em especial, os recursos de poder mobilizados pelos diferentes segmentos do corpo burocrático do Estado.

Abstract
This research aims to investigate wage differences of Minas Gerais government careers. For this purpose, it was made a quantitative analysis of the relation between the careers remuneration and its main determinants, based on the literature review and considering the specificities of the public sector. The hypothesis underlying this research is that wage differences in public sector reflect not only individual attributes, like education and work experience, but are also influenced by the power resources available to bureaucratic segments, the social prestige of occupations and discrimination. The variables included in the analysis were: educational level, years of work experience, composition by gender, career size, access to central government decision-making, type of work activities, and compulsory link with higher education degree in medicine and law. The isolated effect of each variable was estimated with a regression model using the ordinary least squares method. All variables included in the model were statistically significant to explain the differences in average careers remuneration. This suggests that the classical models of wage determination based exclusively on individual attributes are insufficient to understand the particularities of public sector. The analysis of the relative remuneration structure in the public sector must consider its specificities in relation to the private sector, in particular, the power resources mobilized by the different segments of public service.

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Citação
BECHTLUFFT, Rodolfo Pinhón. Desigualdade de remuneração no setor público: poder, prestígio e discriminação na remuneração das carreiras do Poder Executivo do Estado de Minas Gerais. 115 f. Monografia (Graduação em Administração Pública) – Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho, Fundação João Pinheiro, Belo Horizonte, 2019
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