Submissões Recentes

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Inclusão de pessoas com deficiência: a perspectiva da área de Recursos Humanos
(UFSC, 2023) Sarsur, Amyra Moyzes; Nunes, Simone; Silva, Júlio Fernando da; Amorim, Wilson
A pesquisa emerge da constatação da escassez de estudos sobre a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Mesmo sendo objeto de um conjunto de legislações, da Agenda 2030/ONU e de recomendações internacionais das quais o Brasil é signatário, este grupo continua obtendo pouca atenção das empresas, academia e sociedade. Seu objetivo é analisar as respostas de áreas de Recursos Humanos (RH) em organizações sobre políticas e práticas voltadas à diversidade e inclusão de pessoas com deficiência, em 23 empresas no Estado de Minas Gerais, dentre as 150 que compõem o banco de dados das Melhores Empresas para Você Trabalhar (2019). A abordagem adotada é quali-quanti, utilizando também a descrição qualitativa das práticas de gestão. O que se constata é que, se de um lado há uma preocupação das organizações em mostrarem-se ativas no processo de inclusão e cumprimento da Lei de Cotas, de outro lado ainda há uma linguagem e atuação marcadas pela concepção tradicional da pessoa com deficiência.
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Panorama evolutivo dos indicadores de Ciência, tecnologia e inovação (CT&I) de Minas Gerais de 2000 a 2020
(2023) Santos, Ester Carneiro do Couto
O presente trabalho discute alguns dos principais indicadores disponíveis que buscam caracterizar o sistema mineiro de inovação considerando o período de 2000 a 2020, ou dados mais recentes. Como principais resultados tem-se um cenário misto no período analisado, com quedas nos investimentos públicos e privados em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), em educação superior, bem como redução das taxas de inovação das empresas mineiras. Os riscos da inovação, associado aos seus elevados custos e à escassez de fontes apropriadas de financiamento, são os principais obstáculos à inovação levantados pelas empresas mineiras. Por outro lado, os dados apontam para um aumento das taxas de patenteamento de novas tecnologias no estado, colocando Minas Gerais como o segundo maior depositante de patentes em 2019; as universidades têm aumentado sua contribuição para esse aumento do depósito de novas patentes, além de ter ampliado sua produção de artigos científicos em campos como engenharia, física e ciências médicas. Também tem sido observada uma ampliação sutil das atividades de cooperação entre universidades e empresas no estado. Contudo, assim como o sistema brasileiro de inovação, o sistema estadual apresenta alguns desafios, pois, apesar de gerar novas tecnologias e alguma produção científica, não consegue retroalimentar o processo e gerar adequadamente mais dinamismo econômico. Conhecer o quadro atual por meio de indicadores é um passo necessário e permite que se observem/discutam oportunidades para o fortalecimento, investimento e articulação entre os diversos atores que fazem parte desse sistema.
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Metodologias de cálculo da pobreza com base no Cadúnico Vis Data x FJP
(2023) Prates, Fernando Martins; Souza, Igor Augusto Tadeu de
Este texto apresenta as metodologias adotadas pelo Vis Data e pela Fundação João Pinheiro para o cálculo dos percentuais de extremamente pobres e de pobres com base nos dados do Cadastro Único, e compara seus resultados. Apresenta como problemas da metodologia do Vis Data a utilização de linhas de pobreza variáveis em termos reais, não refletindo as variações inflacionárias, e a não aplicação de filtros à base cadastral.
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Agroecologia, sociedade civil, políticas públicas e agroecologia urbana: a construção do Sistema Participativo de Garantia da Região Metropolitana de Belo Horizonte
(2024) Magalhães, Bruno Dias; Almeida, Daniela Adil de Oliveira; Ornelas, Gabriel Mattos; Viana, Lara Andrade Silva; Brasil, Flávia de Paula Duque; Carneiro, Ricardo
A trajetória de construção do Sistema Participativo de Garantia da Região Metropolitana de Belo Horizonte remonta a 2004, com forte protagonismo de movimentos sociais e da sociedade civil envolvidos com a temática da agricultura urbana agroecológica. Como aposta na criação de um mecanismo autogestionado de avaliação de conformidade da produção agroecológica, o SPG mobiliza a responsabilidade solidária e o controle social por meio da avaliação por pares para trocas de saberes e práticas entre as pessoas que produzem em seus territórios. No ano de 2018, a partir da iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte, estabeleceu-se o primeiro protocolo de intenções para o fortalecimento da agroecologia na RMBH, com a criação do Comitê de Apoio Interinstitucional, que tem como um dos objetivos a consolidação do SPG. O presente artigo analisa a trajetória de articulação para a constituição do SPG RMBH, enfatizando a incidência da sociedade civil e movimentos sociais nesse espaço, aqui entendido como peri-institucional. Busca-se, de um lado, identificar como o Comitê promove capacidades a partir da aproximação da agroecologia com o Estado. Por outro lado, questiona-se a respeito da efetiva autonomia e protagonismo nesse arranjo das pessoas que de fato produzem e comercializam.
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Integração de dados para desburocratização no acesso aos serviços públicos : experiências de integração e medidas adotadas pela administração pública estadual de Minas Gerais
(2023) Duque, Maria Eduarda Ferreira Oliveira; Silva, Max Melquíades da; Silva, Max Melquíades da; Câmara, Mauro Araújo; Lara, Rodrigo Diniz
Mesmo após a modernização da administração pública, que passa a utilizar novos modelos gerenciais e incorporar inovações tecnológicas, um excesso de controles burocráticos ainda persiste na complexa rede de órgãos e entidades públicas brasileiras. Nesse contexto, nota-se a existência de uma estrutura organizacional que utiliza de múltiplos e descentralizados controles e que não há integração dos dados armazenados, onerando o cidadão com custos de acesso aos serviços públicos. Tendo em vista esse problema, o trabalho busca compreender as possibilidades de integração de base de dados contendo informações dos cidadãos em poder de diferentes órgãos públicos do Estado de Minas Gerais, a partir de uma pesquisa básica, qualitativa e descritiva. Para isso, é utilizado o método de pesquisa documental, para analisar os instrumentos normativos e as estratégias governamentais referentes ao tema, pesquisa bibliográfica, para compreender a evolução da administração pública e analisar as experiências de integração de dados, e entrevista, para descrever as medidas de transformação digital adotadas pelo governo mineiro. Desse modo, pode-se observar que Minas apresenta um avanço de 80,8% da digitalização dos serviços, permite o uso de certidões digitais para acesso aos serviços, adota a assinatura eletrônica do gov.br, integra os dados da área de segurança pública com o projeto Data Lake MG, promove a redução de exigências ao usuário e acompanha a avaliação de qualidade dos seus serviços. Então, os resultados da pesquisa bibliográfica e de campo evidenciaram o empenho dos órgãos públicos mineiros para aprimorar a prestação dos serviços públicos, embora ainda se observe a existência de espaço para que eles promovam parcerias com os outros entes, visando a integração de dados dos cidadãos e seus respectivos efeitos em termos de redução de custos e otimização do tempo.