Navegando por Palavra-chave "Modelos de capitalismo"
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Item Alemanha: o modelo de capitalismo social e os desafios no limiar do século XXI(2014) Guimarães, Alexandre Queiroz; Barbosa, Flavio Constantino; Costa, Guilherme Ottoni; Natalino, Enrique; Oliveira Neto, PaulinoA Alemanha consolidou ao longo do século XX um modelo de capitalismo diferente, marcado por uma estrutura de governança corporativa baseada nos stakeholders, pela presença de relações de trabalho participativas, com grande papel conferido aos trabalhadores, e pela existência de uma fonte de capital paciente, resultado das relações desenvolvidas entre bancos e empresas. Essas características ajudam a explicar, entre outros fatores, as fontes de vantagem comparativa, o padrão de inovação e as baixas diferenças salariais. No entanto, esse modelo passou a sofrer pressões com as mudanças verificadas no capitalismo a partir da década de 1970. O artigo avalia a evolução do modelo alemão em resposta a esses desafios. Um ponto central é verificar como as instituições têm evoluído e destacar em que sentido a Alemanha ainda tem um modelo de capitalismo diferente. Outro ponto é entender os desafios enfrentados em termos de produtividade e competitividade, relacionando-os com as características institucionais, com o contexto externo e com a estratégia internacional do país. O artigo utiliza a abordagem do institucionalismo histórico e dos modelos de capitalismo, paradigmas que exploram as características institucionais dos países e a sua persistência ao longo do tempo. Centrou-se em fontes bibliográficas, em artigos da mídia especializada e em bases de dados que dialogam com os aspectos institucionais da economia alemã. Como principais resultados, encontrou-se que o modelo alemão vem se transformando, mas que importantes traços institucionais têm sido preservados, desempenhando papel essencial para o sucesso da economia alemã. Os resultados indicam que um tipo diferente de capitalismo, mais participativo, é possível, a despeito das transformações na esfera internacional. O artigo destaca também a relevância das práticas participativas e da cooperação dos trabalhadores para os resultados alcançados. São conclusões que iluminam também os desafios que precisam ser enfrentados pela economia alemã.Item O capitalismo coordenado alemão: do boom do pós-guerra à Agenda 2010(2006) Guimarães, Alexandre QueirozNo pós-guerra constituiu-se na Alemanha um modelo de capitalismo coordenado, em que os sindicatos e as associações empresariais assumiram papel central. Constituíram-se várias formas de regulação via networks, presentes nas relações internas às firmas, nas formas de colaboração entre as empresas e na interação mais próxima entre bancos e empresas. Os bons resultados em termos de competitividade foram combinados com excelentes indicadores sociais. Entretanto, as transformações recentes, relacionadas à maior internacionalização produtiva e financeira, têm colocado em xeque o capitalismo socialmente coordenado. Em face aos desafios econômicos, a Alemanha vem reagindo, procurando reformas que tornem o modelo mais flexível. Mas aspectos centrais do modelo têm se conservado, com destaque para as relações de trabalho e os mecanismos de cidadania social.Item Estado, instituições e desenvolvimento: o modelo coreano e a interpretação da crise asiática(2009) Guimarães, Alexandre QueirozO presente artigo insere-se em uma linha voltada a investigar as relações entre as instituições, o Estado e o desempenho econômico. Tem como objeto central o estudo dos Estados Desenvolvimentistas (Developmental States), isto é, estados intervencionistas que desempenharam papel central nas estratégias de desenvolvimento de alguns países. A despeito de inúmeras análises históricas sobre essas experiências, o tema é considerado controverso e muitos economistas relutam em aceitar que tais estados tiveram uma contribuição positiva. O artigo lida, portanto, com um tema muito caro à ciência econômica desde os seus primórdios, a relação entre o Estado e o mercado e seus impactos sobre a "riqueza das nações". O presente artigo pretende contribuir para essa temática por meio de uma crítica às análises mais abstratas voltadas a interpretar o modelo asiático e a crise de 1997. Identificando uma falha metodológica nessas análises, argumenta-se que a crise não pode ser deduzida de eventuais fraquezas institucionais do modelo sul coreano. As características institucionais, incluindo o Estado desenvolvimentista e os grandes grupos empresariais, foram variáveis centrais para explicar o grande êxito alcançado pela Coréia do Sul nas décadas que se seguiram a 1960. Nesse sentido, as dificuldades dos anos 1990 devem ser interpretadas como resultado de um processo apressado de liberalização e desregulamentação econômica, implementado antes que uma nova estrutura de regulação estivesse pronta para substituir as formas de coordenação vigentes no período anterior. Ao recusar certas interpretações da crise, o artigo enfatiza a importância de reconhecer as especificidades institucionais dos países e a existência de diferentes tipos de capitalismo. O caso sul coreano, assim como o japonês, ilustra um modelo de capitalismo em que o Developmental State desempenhou um papel muito ativo, constituindo-se em uma variável fundamental para explicar o grande sucesso obtido pela estratégia de desenvolvimento nesses países.